Sunday, July 23, 2006

ESTÉTICA

AULA – III

Iluminação básica de estúdio: interna e externa. Posicionamento de câmera. Eixo de ação dramática.

Iluminação básica em estúdio e externa:

Como parte da arte da fotografia, a televisão está sujeita aos princípios de iluminação da fotografia. O mais básico destes princípios é o da iluminação em três pontos (triângulo), que consiste em três fontes principais de iluminação:

I - Luz principal, (Key Light)
II- Luz de enchimento (fill light)
III- Contra-luz. (Backlight)

Cada uma deve ser posicionada de maneira satisfatória, a função para a qual tenha sido designada. A luz traseira em posição oposta à câmera, fica diretamente atrás da pessoa ou do objeto; as luzes chave ou de preenchimento aos lados da câmera e a frente e a um lado da pessoa. A este tipo de instalação se denomina iluminação em de três pontos, ou triângulo.

Luz Principal:

É chamada de Luz chave, luz dura ou Key Light. Esta luz deve estar posicionada ao lado da câmera, em frente ao assunto, elevada num ângulo de aproximadamente 45 graus em relação a ele. A luz principal revela claramente sua direção, criando fortes sombras, provocando efeitos tridimensionais à figura. Se a cena for construída numa sala à noite, ela pode estar posicionada e tendo uma intensidade como se fosse a luz do teto ou de um abajur. Se a cena for construída no ambiente de um escritório durante o dia, a luz chave desta cena pode estar na posição de uma janela, como sendo a luz do sol passando por ela.


Luz de enchimento:

É também chamada de fill light. Sua função é complementar a luz principal, no sentido de proporcionar a diminuição do contraste e das sombras indesejáveis, sem provocar novas sombras. A luz de enchimento em geral é mais larga, difusa e suave. Ela é muito importante porque ajuda a criar o clima da cena. Basicamente, a luz de enchimento é colocada do lado oposto da principal, elevada num ângulo de aproximadamente 30 graus em relação ao assunto, podendo ser recebida num guarda-sol ou simplesmente ser substituída por uma superfície que rebata a luz principal. Esta superfície é chamada de rebatedor, que pode ser um isopor, um cartão branco ou brilhante e a própria parede ou teto branco.

Contraluz:

É também chamada de Backlight. Sua função é destacar a pessoa ou objeto do fundo do cenário. Esta luz pode ser dura ou suave, dependendo do efeito que se deseja alcançar. Em geral tem a mesma intensidade da luz principal. Ela é posicionada por traz do assunto.


Luz natural e luz artificial:

A luz do dia possui 5.600º Kelvin e é azulada, enquanto uma luz de tungstênio possui 3.200º Kelvin e é avermelhada. É comum ocorrer uma mistura de luzes no momento em que está sendo gravada uma cena. A exemplo da luz do dia penetrando por uma janela num ambiente iluminado com luz artificial. Neste caso é necessário efetuar algumas correções para que as cores saiam perfeitas na gravação. É necessária a colocação de um filtro azul em frente às fontes luminosas para corrigir a luz artificial para a luz natural, ou seja, corrige tungstênio de 3.200º Kelvin para Daylight com 5.600º Kelvin (câmera balanceada para daylight). Para obter efeito inverso, é necessário colocar um filtro âmbar na janela para que a luz do dia fique na mesma temperatura da luz artificial, ou seja, o filtro âmbar é usado para corrigir a luz natural para a luz artificial. Isto é, corrige de daylight com 5.600º Kelvin para tungstênio com 3.200º Kelvin (câmera balanceada para tungstênio). Sem a utilização de filtros e com a câmera ajustada para tungstênio, a luz de tungstênio ficará natural enquanto a luz do dia ficará azulada. Por outro lado, se a câmera estiver balanceada para luz natural (daylight) a luz do dia parecerá normal enquanto a luz de tungstênio ficará avermelhada. Para uma gravação normal é suficiente usar os filtros da câmera de acordo com a fonte de luz predominante: artificial, 3.200K ou natural 5.600K, e "bater o branco".

Características da luz :

As características da luz estão compreendidas na:

I – Qualidade (é a luz dura ou suave).

II - Temperatura de cor (está relacionada com o tipo de luz a ser adotada, podendo ser luz natural e luz artificial).

III- Intensidade (está relacionada com a quantidade de luz exposta sobre o assunto, dependendo de sua aproximação ou do seu afastamento).

O contraste está na relação entre a luz principal e a luz de enchimento.

Posicionamento de câmera:

Um bom diretor deve planejar o posicionamento do elenco e de câmeras para que eles se encontrem no lugar certo e na hora certa. Posicione a câmera em relação ao assunto e a seqüência das tomadas e ângulos de câmera. Uma vez que tais aspectos forem estabelecidos, é relativamente fácil mudar o tamanho e a ênfase visual de um ou outro plano. É muito importante o correto posicionamento das câmeras no set de filmagem: tanto para o Diretor, porque o êxito das tomadas dependerá disso; quanto para a Produção de Engenharia, no caso de gravações externas, porque, alem de haver inúmeras necessidades, são também prováveis ela se limitar a uma extensão máxima de cabos, devendo conseguir estacionar a Unidade Móvel (UM) em local que permita obter as respectivas posições das câmeras solicitadas pelo Diretor. Há dois sistemas de posicionamento de câmera: sistema de câmera cruzada e sistema de câmera paralela. Para os dois sistemas, as câmeras são posicionadas numericamente, da esquerda para a direita. Exemplo: no sistema de câmera cruzada, a câmera 1 está localizado a esquerda. A câmera 3 está localizada a direita, e a câmera 2 está localizada no centro, entre as câmeras 1 e 3. Este posicionamento numérico vale também para o sistema de câmera paralela.


Eixo de ação dramática:

Lembre-se de evitar “inverter o eixo de ação dramática”. Há de ter o cuidado de checar se a ação que cada câmera focaliza mantém o mesmo sentido de movimento. O Diretor tem a função de extrair a estória escrita do papel para lhe dar vida na tela. Para isso, ele deve ser Dinâmico, competente e criativo, devendo saber trabalhar em equipe. O termo usado para descrever a função do movimento que acontece frente à câmera, é: AÇÃO. Quando o roteiro obedece a uma ordem cronológica, dá-se o nome de Ação Direta. Quando ocorre um somatório da vontade da personagem, da decisão e da mudança, dá-se o nome de: Ação Dramática. O bom diretor é aquele que, além de saber dominar muito bem o lado estético da sua realização, sabe decupar muito bem o roteiro.

LABORATÓRIO

Conteudo aplicado:

Foi realizado no Campus Tom Jobim, sábado, dia 22/07/06, e em Niterói, quinta-feira, dia 20/07/06, atividades práticas no laboratório de aprendizagem em comunicação da Universidade Estácio de Sá, aplicados com equipamentos Sony Betacam e DSR. Na oportunidade, alunos do curso INTRODUÇÃO A DIREÇÃO DE TV tiveram a oportunidade de melhorar seus conhecimentos, compreendendo mais sobre os conceitos técnico-narrativo, configurações e formatos de equipamentos, planejamento, organização do "set" de gravação, posicionamento de câmera, disposição de luz, temperatura de cor, profundidade de campo, entre outros ministrados teoricamente em sala de aula, e que pode se materializar no momento em que participaram ativamente de palestras e mostras relacionadas ao esposto, durante a permanência da aula III, no estúdio de televisão. Foi realizado palestra e mostra dos seguintes elementos:

  • Os Planos de gravação;
  • Enquadramento;
  • Eixo de Ação dramática;
  • Efeitos provocados pelo pulo do Eixo de câmera;
  • Efeitos provocados por planos de grande impacto visual;
  • Os Movimentos de Câmera;
  • Os Movimentos da objetiva;
  • As lentes compreendidas na Objetiva: Normal, Grande angular e Tele;
  • Temperatura de Cor;
  • Fontes luminosas: (Day Light 5.600ºK - Tungstênio 3.200ºK)
  • Luz de três pontos: (Key Light -Fill Light - Bak Light)
  • Profundidade de Campo
  • Ajuste de Câmera através do W.B. (Bater o branco)
  • Filtro ND: nº1 - 3.200K, e Filtro ND, nº 2, 3 e 4 - 5.600K.
  • Filtros corretivos: Azul (transforma Tungstênio de 3.200K p/ 5.600K) e Ambar (Transforma Day Light 5.600K p/ Tngstênio 3.200K)

ATENÇÃO!

ALUNOS DOS CAMPUS: TOM JOBIM e NITERÓI

Na próxima aula, campus Niterói, segunda-feir(24/0ot7/6) e T, ,m Jobim sábado (29/07/06), vocês estarão participando das seguintes atividades em sala de aula:

I - VÍDEO:

Será mostrado alguns depoimentos importantes de profissionais de cinema, como: BID LUTFI (Diretor de Fotografia); ARTURO URANGA (Diretor Cinematográfico); TAMARA TAXMAN (Atriz); PAQUETÁ (Cenotécnico) e WALTER LIMA JR (Diretor Cinematográfico).

Abordagem:

a) Bid Lutfi: Fala sobre o Filme "Como era gostoso meu Francês" (Direção de Nelson Pereira dos Santos), destacando sobre a construção da aldeia dos índios e suas dificuldades na construção de cenário, iluminação e fotografia;

b) Arturo Uranga: Fala sobre maquinária, ensaio de movimentos, grua, etc., e efeitos de iluminação improvisado;

c) Tamara Taxma: Pequeno relato sobre as dificuldades nos filmes de época, destacando: comportamento, figurino e cenário;

d) Paquetá: Fala dos produtores corruptos que não repassam o desconto do salário ao INSS. "Na hora de se aposentar... Não tinha nada"! diz.

e) Walter Lima Jr.: Fala sobre os problemas de cenografia e os trabalhos do cenotécnico e do maquinista.

II - VÍDEO: MAKING OFF - "ARTE NA MODA" (Direção: Moysés Faria) 2002

Objetivo principal: Retratar questões estética e narrativas do universo clássico e não classico. Compreender o enredo proporcionado pelos cortes e movimentos de Câmera e Objetiva.

III - DVD: MAKING OFF - "BELÍSSIMA" (Direção Denise Sarasseni) 2005/2006

Objetivo principal: Mostrar os bastidores da novela Belíssima, valorizando os trabalhos dos câmeras, Op. Áudio, Diretores, Continuistas, etc., como forma espetacular de atuação profissional com espírito de equipe.

IV - DVD:

Assunto: Mostra de Unidade Móvel (UM) e seus respectivos equipamentos utilizados pelo diretor de imagem e op. de áudio. Maquinárias utilizadas em set de gravação e filmagens de Cinema e televisão, tais como: cenas de novelas, comerciais, documentários, musicais e clips. Tais como: Doly, Piuí, Câmera Car, Falcon, Ligeirinho, entre outros.

Objetivo: Levar ao conhecimento do aluno, as principais maquinárias e demais equipamentos indispensáveis as gravações de eventos esportivos e cenas de programas, dramaturgias, musicais, clips e filmes.

V - TRABALHANDO EM EQUIPE (TRABALHO DE GRUPO)

Proposta: Leitura do argumento do filme: "PREMONIÇÃO". Decupagem técnica com divisões de cenas e planos de gravação e Defesa do trabalho, com destaque no desenvolvimento narrativo.

Final da Aula III

Prof. Moysés Faria

em: 23/07/2006

Friday, July 14, 2006

PLANEJAMENTO E PSICOLOGIA DA DIREÇÃO

Planejamento e direção de imagem. Conceitos técnicos. Linguagem e narrativa televisiva. Os planos de gravação. Movimentos de câmera. Movimentos da objetiva. Enquadramento.

Prof. Moysés Faria
AULA II

PLANEJAMENTO E DIREÇÃO DE IMAGENS

Planejamento:

Não há produção sem planejamento. O diretor tem que saber o que é necessário para a realização de um produto para televisão, muito antes de começar a produzir. Antes da execução é necessário planejar o que se espera realizar. Em televisão, todo o plano de trabalho e roteiro, são elaborados com riqueza de detalhes que importam no desenvolvimento técnico, artístico e operacional da produção. O planejamento deve responder, pelo menos, três perguntas fundamentais: Onde estamos; onde queremos chegar e como chegar lá?!.

1º - Onde estamos? Quais são os nossos recursos disponíveis? Quais são os nossos pontos fortes e fracos? Etc.

2º - Onde queremos chegar? Quais serão as nossas metas? O que iremos produzir. Para quem iremos produzir? Etc.

3º - Como chegar lá? Quais são os melhores caminhos para alcançar as metas e chegar aos objetivos?


A Televisão é um veiculo de comunicação de massa importante na educação, entretenimento, informação, interação, possibilitado pelos seus programas dramáticos, musicais, shows, jornalismo, comédia, especiais, eventos, esportes, circuito fechado, Internet, etc. Tudo isso é televisão, e precisa de planejamento para comunicar ao público. Portanto, para um bom planejamento de produção há de se cumprir, pelo menos, dez mandamentos:

1- Faça com que a produção trabalhe "em equipe".

2- Faça fotos da locação e estude todas as possibilidades de sua utilização.

3- Solicite por escrito, autorização para gravar em lugares públicos ou de terceiros.


4- Faça lista de tudo que necessita nas gravações, incluindo: capas de chuva, sacos plásticos, fitas adesivas, caixas de ferramentas e primeiros socorros, telefone celular e rádios de comunicação, e um grande quadro para anotações de todos os figurinos, objetos de cena, e nomes dos atores. Este quadro deve ficar fixado na entrada da produção, com horários telefones e etc.

5- Fique atento para que, no “set” de gravação, a captação do áudio não fique comprometida por ruídos de ventos, celulares, soluços, espirros, fungadas, gases, aviões, carros, buzinas, bomba d´agua do vizinho, latidos de cães, etc., que podem destruir horas de trabalho em poucos segundos.

6 - Economize, mas com critério. Materiais importados e extremamente caros adotados na cenografia não se revelam na tela. (tecidos importados, etc.).

7- Confirme a presença de todos com antecedência e tenha sempre os contatos para solucionar atrasos ou faltas. Certifique-se que os atores convidados decoraram as suas falas e estão cientes da suas marcas. Aceite, com carinho, sugestões dos atores em relação à cênica do olhar e gestos. Bons atores sabem falar com o corpo.

8 - Respeite a sua equipe. O bom diretor não perde a calma e não grita com sua equipe. Mesmo que tudo saia errado procure uma saída utilizando sua intuição. Não permita que pessoas fiquem no estúdio falando alto ou fumando. Trabalhe concentrado e com atenção. Afine a iluminação antes de cada cena. Anote a seqüência e o número da tomada e do plano na claquete. Bata a claquete antes da ação. Repita a cena até se dar por satisfeito. Consulte sempre o continuísta ou a equipe de som para ver se você não deixou escapar nenhum erro. Não deixe os atores na frente da câmera forçarem ou perderem à naturalidade. Bata o branco da câmera para que as cores fiquem corretas. Veja sempre o material gravado no monitor. O color-bar deve ser gravado antes do início do trabalho. (na edição todo esse procedimento facilitará o trabalho do editor). Bons diretores têm o domínio total do que está sendo feito.

9- Acompanhe todo o trabalho da sua equipe até a finalização. Faça com que os nomes dos facilitadores, lugares, atores, equipe, professores, roteirista, músicos, etc., estejam corretamente escritos no créditos. Agradeça às pessoas que possibilitaram a sua produção. Com atores e músicos profissionais faça um contrato assinado evitando problemas com direitos autorais. Tome cuidado com a fita original. (cole nela uma etiqueta, constando nome do produto, equipe e dia de gravação).

10- Leia e releia o roteiro. Anote tudo e faça com que todos os detalhes na frente e atrás da câmera estejam funcionando como um relógio: ritmo, tempo e precisão. Guarde bem suas planilhas de produção, anotações, desenhos, roteiros e fotos. Esse material pode ser aproveitado para futuros orçamentos e até para seu portfolio.

Direção de Imagem:

Existem determinadas técnicas utilizadas na direção de imagem que propõem uma narrativa visual clara e tecnicamente entendidas pelo público em geral. Estas técnicas estão relacionados com:

I – As regras de continuidade;
II – As mudanças de angulação de câmera;
III – Os cortes e algumas normas básicas de composição e enquadramento.


I – As regras de continuidade:

Continuidade é o encadeamento lógico e suave dos planos de um vídeo (filme), que produz a sensação de que o enredo acontece de forma linear.

Continuidade de Iluminação: Deve-se estar atento as variações de luz nas gravações externas ao longo do dia. Deve-se examinar os ajustes necessários a temperatura de cor: luz natural, luz artificial, mudança das nuvens que provocam sombras, etc.

Continuidade de conteúdo: A continuidade de conteúdo diz respeito a qualquer mudança na fisionomia ou na roupa dos personagens, que devem permanecer iguais ao mudar de plano em uma cena. Exemplo: um ator gravar uma cena de óculos escuros e, no dia seguinte, gravar o restante da cena sem os óculos. Uma atriz entra no banheiro com uma toalha azul e, algum minuto depois, sai do banheiro com uma toalha vermelha. Etc.

Continuidade de posição: O diretor deve ter atenção na marcação dos atores em cena. Exemplo: Uma atriz que estava sentada e que aparece de pé no plano seguinte, sem justificativa lógica. Deve-se tomar muito cuidado também com o posicionamento de câmera em relação aos atores, para não pular o eixo de ação dramática. (eixo dos 180º).


Continuidade de movimento: Deve-se prestar atenção ao deslocamento dos objetos e personagens em cena. Caso contrário, o telespectador perde o senso de direção e fica desorientado. Exemplo: um trem deve entrar em quadro, por exemplo, pelo lado direito da tela. Ao cortar para outro plano, em um ponto da estrada de ferro mais à frente, deve-se enquadrar o trem entrando também pelo lado direito.

II – As mudanças de angulação de câmera:

A angulação que a câmera assume pode ser utilizada para intensificar o conteúdo dramático de uma cena. Existem três ângulos diferentes associados com a altura da câmera em relação ao cenário:

a) câmera normal: É aquela que aponta diretamente para a cena com a objetiva paralela a uma superfície plana horizontal, enquadrando o cenário de frente, como o olhar normal.

b) câmera alta (Plongée): A objetiva enquadra os personagens e os objetos de cima para baixo. A câmera alta normalmente pode ser usada para desvalorizar o assunto, colocando o personagem em posição de inferioridade, de fragilidade, de medo, etc.

c) câmera baixa (Contre-plongée): A objetiva enquadra os personagens e os objetos de baixo para cima. A câmera baixa é utilizada para valorizar o assunto enquadrado, colocando o ator e os elementos em cena em condição de superioridade ou dominância.


É claro que são apenas meras convenções, dependendo da criatividade do diretor. A câmera alta e a câmera baixa também podem ser utilizadas sem intensificar a sensação de inferioridade ou de superioridade. É o caso da gravação de um jogo de futebol ou de uma corrida de cavalos, com a câmera na arquibancada. Nestes casos, o plogée apenas mostra o ponto de vista de um espectador observando normalmente o cenário.


III – Os cortes:

O corte é uma forma de transição de planos na qual, simplesmente, junta-se a última imagem de um plano à primeira imagem do plano seguinte. No entanto, o corte representa muito mais do que uma simples emenda entre planos. É através dele que se altera o tempo, o espaço e a dinâmica da narrativa.

Exemplo:

a) Um homem, em close-up, está com a expressão triste;
b) Uma roleta gira e para no número 21;
c) O mesmo homem, em close-up, sorri.


Entende-se que, durante o jogo, o personagem acertou o número apostado. Se o exemplo fosse ao contrário: Homem sorrindo; roleta mostra preto 21; o mesmo homem fica triste. Neste caso o jogador estava feliz e ganhando dinheiro até que, de repente, a roleta parou em um número indesejável.
LINGUAGEM E NARRATIVA TELEVISIVA


Deve-se ao americano David Wark Griffith (1875/1948 = 73 anos), o mérito de ter introduzido um tipo de narrativa visual, seguido como modelo pela indústria cinematográfica. Seus filmes foram pioneiros na criação de uma nova linguagem visual, onde a câmera começava sair da “cadeira do teatro filmado”, ritmando o tempo, aproximando-se e afastando-se dos personagens, possibilitando, desta forma, que o espectador assistissem uma cena sob ângulos diferentes. Deve-se a ele o uso de close-up, plano geral, flashbacks e fades. Alem disso, seus filmes apresentavam algumas técnicas narrativas, como por exemplo, a sustentação de momentos fortes do enredo do filme e uma forma de interpretação que dava ênfase ao controle de expressão dramática dos atores. Griffith percebeu que os enquadramentos mais abertos (plano geral e plano conjunto) servem para reforçar os aspectos descritivos da estória. Já os primeiros planos e close-up oferecem ao espectador uma proximidade maior com os personagens, podendo ser utilizados para transmitir mais fortemente as emoções. Os planos médios, por outro lado, são planos eficientes para destacar a ação e os movimentos dos atores.


Esses planos são mais eficientes sob o ponto de vista descritivo. Mostra ao espectador onde se desenvolve a ação.

Grande Plano Geral -GPG
DESCRIÇÃO Plano Geral - PG
Plano Conjunto - PC

Esses Planos são mais narrativos e apresentam os personagens em ação.
NARRAÇÃO Plano Médio – PM
Plano Americano – PA
Esses Planos se destacam por duas razões principais que motivam a sua execução:

1º - Apresenta o personagem ao público.
2º - Transmite ao público, o estado emocional do ator.

Primeiro Plano - PP
EMOÇÃO Primeiríssimo Plano - PPP
Plano Detalhe – PD

Os planos de gravação:

O plano é um seguimento de imagem contínua compreendido entre dois cortes, ou seja, é a imagem registrada durante o intervalo de tempo no qual a câmera está ligada, gravando uma cena. O plano é classificado de acordo com o tamanho da figura humana dentro do quadro. Para o planejamento dos planos é necessário uma decupagem técnica do roteiro. Decupar é dividir um vídeo (filmes) em planos, reunindo uma série de fragmentos de imagem contínua, gravada sob diversos ângulos, e com pontos de vista diferente. Um conjunto de planos chama-se cena, e um conjunto de cenas chama-se seqüência.

CENA: É um conjunto de planos
SEQUENCIA: É um conjunto de cenas
TAKE: É o registro repetido do mesmo plano.
PLANO SEQÜÊNCIA: É a filmagem de uma seqüência em um único plano.

O bom diretor de televisão, é aquele que, além de dominar o lado estético da realização, domina também uma idéia de ação contínua. A decupagem é um dos segredos fundamentais para a direção de um enredo.
Movimento de Câmera:

No início do cinema as câmeras eram fixas, dificultando várias vezes às cenas, já que elas deveriam acontecer no campo visual da câmera. Novas lentes e novos tripés foram surgindo, possibilitando movimentos. Aqui estão:


TRAVELLING - A câmera pode movimentar-se, aproximando ou afastando, tanto na lateral quanto na diagonal ou frontal.


PAN (PANORÂMICA) ou PAN HORIZONTAL - Este movimento descreve uma cena horizontalmente, ao ponto que a câmera gira entorno do seu próprio eixo, podendo ser da esquerda para a direita, ou da direita para a esquerda. Não deve utilizar os dois movimentos num mesmo plano, como se estivesse varrendo para um lado e outro ao mesmo tempo. Deve-se ter atenção quanto a regra de continuidade de movimento.


TILT ou PAN VERTICAL - Descreve um objeto, um prédio, uma pessoa no sentido vertical, ele pode ser usado de cima para baixo, ou de baixo para cima, dependendo da intenção da descrição. Não deve ser utilizado os dois movimentos ao mesmo tempo, como se estivesse varrendo.

A captação de cenas obedece a uma regra de posicionamento de câmera, chamada eixo. É um eixo imaginário de 180 graus que divide a cena.


EIXO DE 180 graus


Movimento da objetiva:

Os movimentos da objetiva estão compreendidos no ato ou efeito de aproximar ou afastar a imagem, através dos recursos: ZOOM IN e ZOOM OUT. Utiliza-se como movimento este recurso que a lente Zoom possibilita:


a) Zoom in - traz a imagem distante para bem próxima.
b) Zoom out - leva a imagem próxima para longe.



ENQUADRAMENTO


Os enquadramentos de câmera é aquilo que colocamos dentro da tela. São os planos. É a boa composição do enquadramento que privilegia a cena. O equilíbrio da imagem também é de vital importância neste caso. O bom senso também ajuda na escolha do melhor enquadramento. Quando uma das câmeras ultrapassa o eixo dos 180 graus , dizemos que ela "quebrou o eixo". Com o eixo ultrapassado, os enquadramentos das figuras ou pessoas ficarão com o mesmo enquadramento.

***Fim da Aula II***

Prof. Moysés Faria

ESTUDO TECNOLÓGICO

Considerações gerais e uma breve passagem sobre os conceitos básicos da legislação, Descrições de funções e desdobramento do radialista, e as etapas da produção.


Prof. Moysés Faria
Diretor de Televisão
E-mail:
moysesfarias@gmail.com


Aula - I:
A origem da televisão:

Em 1950, Assis Chateaubriand trouxe para o Brasil a Televisão, e instituiu na Urca o primeiro canal de TV, chamada TV Tupi. Naquela ocasião, os programas eram apresentados ao vivo para o público. Os primeiros profissionais que iniciaram as atividades em televisão vieram do Rádio, e são designados Radialistas Profissionais. Muitos profissionais que ainda atuam em televisão, vieram de outras áreas ou até mesmo foram formados profissionalmente dentro das emissoras de TV. Hoje a profissão, como qualquer outra atividade de forte papel social, exige que este profissional tenha formação específica de nível superior. O curso que forma os profissionais para atuarem em rádio e televisão é chamado de Radialismo ou Rádio e TV, que é uma habilitação dentro do Curso de Comunicação Social. As primeiras emissoras de TV no Brasil foram: a TV Excelsior, a TV Tupi de São Paulo e TV Tupi do Rio de Janeiro.


Funcionamento e sistema de transmissão da TV:

O parque técnico de uma emissora de TV é constituído de: Produção, Estúdio e Técnica. Para o funcionamento da TV, os equipamentos mais importantes são:

a) Câmeras
b) Switcher
c) Sistema de transmissão
d) Monitoração
e) Periféricos

A estrutura técnica responsável pela veiculação da programação de uma emissora de televisão local, acontece da seguinte forma:

1. O sinal é gerado no estúdio, controlado e monitorado na central técnica;
2. Vai para o “controle mestre” onde é inserida a comercialização,
3. Volta para a central técnica, e que, por intermédio de um Link Microondas,
4. Chega ao sistema de transmissão, localizada no ponto mais alto da região.
Central Técnica: Sua função é controlar e monitorar o sinal, receber sinais externos, fazer o link com o sistema de transmissão e enviar o sinal para o sistema de transmissão.

Estúdio: Sua função é captar e produzir o sinal de áudio e Vídeo.

Controle Mestre: É responsável pela comercialização e é a ultima estrutura técnica que manipula o sinal.

Produção: Tem como função, apurar as notícias, fazer a pauta e produzir conteúdos (jornalístico, publicitário e entretenimento).


Principais aspectos da legislação do Radialista:

O exercício da profissão de Radialista é regulado pela Lei Federal, nº 6.615, de 16 de dezembro de 1978, e Decreto nº 84.134 de 30 de outubro de 1979. Considera-se Radialista o profissional que exerce funções estabelecidas por lei, em empresas de radiodifusão. As empresas de radiodifusão são aquelas que exploram serviços de transmissão de programas e mensagens, destinada a ser recebida livre e gratuitamente pelo público em geral, compreendendo a radiodifusão sonora (rádio) e radiodifusão de sons e imagens (televisão). A profissão de Radialista compreende as seguintes atividades:

I- Administração: compreende as atividades peculiares às empresas de radiodifusão.

II- Produção, que se subdivide nos setores de: autoria, direção, produção, interpretação, dublagem, locução, caracterização e cenografia.

III- Técnica, que se subdivide nos setores: direção, tratamento e registros sonoros, tratamento e registros visuais, montagem e arquivamento, transmissão de sons e imagens, revelação e copiagem de filmes, artes plásticas e animação de desenhos e objeto, manutenção técnica.

Atores e Figurantes, que mesmo prestando serviços a empresas de radiodifusão, não são considerados Radialistas. O exercício da profissão de Radialista requer prévio registro na Delegacia Regional do Trabalho, o qual terá validade em todo território nacional. O pedido de registro poderá ser encaminhado através do sindicato representativo da categoria profissional ou da federação respectiva. Exige-se, para registro do Radialista, a apresentação de:

l- Diploma de curso superior para as funções em que se desdobram as atividades de Radialista.

ll- Certificado correspondente às habilitações profissionais de 2º grau, (para as funções de nível técnico).

lll- Atestado de capacitação profissional.

Não existe registro provisório para a profissão de Radialista, por ter sido revogado pelo Decreto nº 94.447 de 16 de junho de 1987.
Descrições de funções e desdobramento do Radialista:

Para melhor compreensão do estudo, vamos destacar apenas os setores: Autoria, Direção e Produção, que estão compreendidos na Atividade II – Produção. As demais atividades e setores podem ser vistas no Manual do Radialista.

ATIVIDADE – II:
PRODUÇÃO

A) Setor AUTORIA

Autor Roteirista: Profissional que escreve original ou roteiros para a realização de programas. Adapta original de terceiros transformando-os em programas.


B) Setor DIREÇÃO

Diretor Artístico ou de Produção: É o profissional responsável pela execução dos programas, supervisiona o processo de recrutamento e seleção de pessoal necessário, principalmente quanto à escolha dos produtores e coordenadores de programas. Depois de prontos, coloca os programas à disposição do Diretor de Programação.

Diretor de Programação: É o profissional responsável final pela emissão dos programas transmitidos pela emissora, tendo em vista sua qualidade e a adequação dos horários de transmissão.

Diretor Esportivo: É o profissional responsável pela produção de transmissão dos programas e eventos esportivos. Desempenha, eventualmente, funções de locução durante os referidos eventos.

Diretor Musical: È o profissional responsável pela produção musical da programação, trabalhando em harmonia com o produtor de programas na transmissão e/ou gravação de números e/ou espetáculos musicais.

Diretor de Programas: É o profissional responsável pela execução de um ou mais programas individuais, conforme Ihe for atribuído pela Direção Artística ou de Produção, sendo também Responsável pela totalidade das providências que resultam na elaboração do programa deixando-o pronto a ser transmitido ou gravado.


C) Setor PRODUÇÃO
Assistente de Estúdio: Responsável pela ordem e seqüência de encenação, programa ou gravação dentro do estúdio, coordena os trabalhos e providencia para que a orientação do diretor do programa ou do diretor de imagens seja cumprida; providencia cartões, ordens e sinais dentro do estúdio que permitam emissão ou gravação do programa.

Assistente de Produção: Responsável pela obtenção dos meios materiais necessários à realização de programas, assessorando o coordenador de produção durante os ensaios, encenação ou gravação de programas. Convoca os elementos envolvidos no programa a ser produzido.

Operador de câmera de Unidade Portátil: Encarrega-se da gravação de matéria distribuída pelo Supervisor de Operações, planifica e orienta o entrevistador, repórter e iluminador no que se refere aos aspectos técnicos de seu trabalho. Suas atividades envolvem tanto gravação, como geração de som e imagem, através de equipamento eletrônico portátil de TV.

Continuista: Dá continuidade às cenas de programas, acompanhando as suas gravações e providenciando para que cada cena seja retomada no mesmo ponto e da mesma maneira com que foi interrompida.

Contra-regra: Realiza tarefas de apoio a produção, providenciando a obtenção e guarda de todos os objetos móveis necessários à produção.

Coordenador de Produção: Responsável pela obtenção dos recursos materiais necessários a realização dos programas, bem como pelos locais de encenação ou gravação, pela disponibilidade dos estúdios e das locações, inclusive instalação e renovação de cenários. Planeja e providencia os elementos necessários à produção juntamente com o produtor executivo, substituindo-o em suas ausências.

Diretor de Imagens: Seleciona as imagens e efeitos que devem ser transmitidos e/ou gravados, orientando os operadores de câmeras quanto ao seu posicionamento e ângulo de tomadas. Coordena os trabalhos de som, imagens, gravação, telecine, efeitos, etc. Supervisionando e dirigindo toda a equipe operacional durante os trabalhos.


Etapas da Produção:

Psicologia da Direção:

O diretor de televisão fica envolvido diretamente na coordenação dos trabalhos, que conta com equipe técnica, elenco, equipamentos, orçamento e muita responsabilidade. Assim sendo, deve-se considerar a existência de alguns pontos, chamado de “psicologia da direção”. O diretor pode pedir sugestões e conselhos, mas também tem que ter competência e capacidade para tomar decisões firmes quando necessário. O diretor que demonstra controle, consegue passar segurança para o elenco e a equipe. Se demonstrar comandos imprecisos e confusos, parecendo estar incerto, disperso e gritando com membros da equipe, comunica insegurança para todos, resultando em uma performance insegura e nervosa. Um bom diretor se comunica abertamente com a sua equipe e de preferência com o tom de voz seguro e sempre que possível, sereno. É tarefa do Diretor:

a) seguir o roteiro;
b) escutar o áudio;
c) monitorar o tempo de duração;
d) assistir aos monitores de câmera;
e) dar comando aos operadores de câmera e ao elenco;
f) manter algum tipo de perspectiva objetiva da produção.
Fundamentos da Produção em TV:
As produções de produtos televisivos são fundamentadas nos seguintes aspectos:

I - Elementos constitutivo da produção, que consiste na preparação técnica do projeto, roteiro e do orçamento;

II - Etapas da produção, que consiste no processo de pré-produção, produção e de pós-produção.
*** Fim da Aula I***
Prof. Moysés Faria