Sunday, July 23, 2006

ESTÉTICA

AULA – III

Iluminação básica de estúdio: interna e externa. Posicionamento de câmera. Eixo de ação dramática.

Iluminação básica em estúdio e externa:

Como parte da arte da fotografia, a televisão está sujeita aos princípios de iluminação da fotografia. O mais básico destes princípios é o da iluminação em três pontos (triângulo), que consiste em três fontes principais de iluminação:

I - Luz principal, (Key Light)
II- Luz de enchimento (fill light)
III- Contra-luz. (Backlight)

Cada uma deve ser posicionada de maneira satisfatória, a função para a qual tenha sido designada. A luz traseira em posição oposta à câmera, fica diretamente atrás da pessoa ou do objeto; as luzes chave ou de preenchimento aos lados da câmera e a frente e a um lado da pessoa. A este tipo de instalação se denomina iluminação em de três pontos, ou triângulo.

Luz Principal:

É chamada de Luz chave, luz dura ou Key Light. Esta luz deve estar posicionada ao lado da câmera, em frente ao assunto, elevada num ângulo de aproximadamente 45 graus em relação a ele. A luz principal revela claramente sua direção, criando fortes sombras, provocando efeitos tridimensionais à figura. Se a cena for construída numa sala à noite, ela pode estar posicionada e tendo uma intensidade como se fosse a luz do teto ou de um abajur. Se a cena for construída no ambiente de um escritório durante o dia, a luz chave desta cena pode estar na posição de uma janela, como sendo a luz do sol passando por ela.


Luz de enchimento:

É também chamada de fill light. Sua função é complementar a luz principal, no sentido de proporcionar a diminuição do contraste e das sombras indesejáveis, sem provocar novas sombras. A luz de enchimento em geral é mais larga, difusa e suave. Ela é muito importante porque ajuda a criar o clima da cena. Basicamente, a luz de enchimento é colocada do lado oposto da principal, elevada num ângulo de aproximadamente 30 graus em relação ao assunto, podendo ser recebida num guarda-sol ou simplesmente ser substituída por uma superfície que rebata a luz principal. Esta superfície é chamada de rebatedor, que pode ser um isopor, um cartão branco ou brilhante e a própria parede ou teto branco.

Contraluz:

É também chamada de Backlight. Sua função é destacar a pessoa ou objeto do fundo do cenário. Esta luz pode ser dura ou suave, dependendo do efeito que se deseja alcançar. Em geral tem a mesma intensidade da luz principal. Ela é posicionada por traz do assunto.


Luz natural e luz artificial:

A luz do dia possui 5.600º Kelvin e é azulada, enquanto uma luz de tungstênio possui 3.200º Kelvin e é avermelhada. É comum ocorrer uma mistura de luzes no momento em que está sendo gravada uma cena. A exemplo da luz do dia penetrando por uma janela num ambiente iluminado com luz artificial. Neste caso é necessário efetuar algumas correções para que as cores saiam perfeitas na gravação. É necessária a colocação de um filtro azul em frente às fontes luminosas para corrigir a luz artificial para a luz natural, ou seja, corrige tungstênio de 3.200º Kelvin para Daylight com 5.600º Kelvin (câmera balanceada para daylight). Para obter efeito inverso, é necessário colocar um filtro âmbar na janela para que a luz do dia fique na mesma temperatura da luz artificial, ou seja, o filtro âmbar é usado para corrigir a luz natural para a luz artificial. Isto é, corrige de daylight com 5.600º Kelvin para tungstênio com 3.200º Kelvin (câmera balanceada para tungstênio). Sem a utilização de filtros e com a câmera ajustada para tungstênio, a luz de tungstênio ficará natural enquanto a luz do dia ficará azulada. Por outro lado, se a câmera estiver balanceada para luz natural (daylight) a luz do dia parecerá normal enquanto a luz de tungstênio ficará avermelhada. Para uma gravação normal é suficiente usar os filtros da câmera de acordo com a fonte de luz predominante: artificial, 3.200K ou natural 5.600K, e "bater o branco".

Características da luz :

As características da luz estão compreendidas na:

I – Qualidade (é a luz dura ou suave).

II - Temperatura de cor (está relacionada com o tipo de luz a ser adotada, podendo ser luz natural e luz artificial).

III- Intensidade (está relacionada com a quantidade de luz exposta sobre o assunto, dependendo de sua aproximação ou do seu afastamento).

O contraste está na relação entre a luz principal e a luz de enchimento.

Posicionamento de câmera:

Um bom diretor deve planejar o posicionamento do elenco e de câmeras para que eles se encontrem no lugar certo e na hora certa. Posicione a câmera em relação ao assunto e a seqüência das tomadas e ângulos de câmera. Uma vez que tais aspectos forem estabelecidos, é relativamente fácil mudar o tamanho e a ênfase visual de um ou outro plano. É muito importante o correto posicionamento das câmeras no set de filmagem: tanto para o Diretor, porque o êxito das tomadas dependerá disso; quanto para a Produção de Engenharia, no caso de gravações externas, porque, alem de haver inúmeras necessidades, são também prováveis ela se limitar a uma extensão máxima de cabos, devendo conseguir estacionar a Unidade Móvel (UM) em local que permita obter as respectivas posições das câmeras solicitadas pelo Diretor. Há dois sistemas de posicionamento de câmera: sistema de câmera cruzada e sistema de câmera paralela. Para os dois sistemas, as câmeras são posicionadas numericamente, da esquerda para a direita. Exemplo: no sistema de câmera cruzada, a câmera 1 está localizado a esquerda. A câmera 3 está localizada a direita, e a câmera 2 está localizada no centro, entre as câmeras 1 e 3. Este posicionamento numérico vale também para o sistema de câmera paralela.


Eixo de ação dramática:

Lembre-se de evitar “inverter o eixo de ação dramática”. Há de ter o cuidado de checar se a ação que cada câmera focaliza mantém o mesmo sentido de movimento. O Diretor tem a função de extrair a estória escrita do papel para lhe dar vida na tela. Para isso, ele deve ser Dinâmico, competente e criativo, devendo saber trabalhar em equipe. O termo usado para descrever a função do movimento que acontece frente à câmera, é: AÇÃO. Quando o roteiro obedece a uma ordem cronológica, dá-se o nome de Ação Direta. Quando ocorre um somatório da vontade da personagem, da decisão e da mudança, dá-se o nome de: Ação Dramática. O bom diretor é aquele que, além de saber dominar muito bem o lado estético da sua realização, sabe decupar muito bem o roteiro.

LABORATÓRIO

Conteudo aplicado:

Foi realizado no Campus Tom Jobim, sábado, dia 22/07/06, e em Niterói, quinta-feira, dia 20/07/06, atividades práticas no laboratório de aprendizagem em comunicação da Universidade Estácio de Sá, aplicados com equipamentos Sony Betacam e DSR. Na oportunidade, alunos do curso INTRODUÇÃO A DIREÇÃO DE TV tiveram a oportunidade de melhorar seus conhecimentos, compreendendo mais sobre os conceitos técnico-narrativo, configurações e formatos de equipamentos, planejamento, organização do "set" de gravação, posicionamento de câmera, disposição de luz, temperatura de cor, profundidade de campo, entre outros ministrados teoricamente em sala de aula, e que pode se materializar no momento em que participaram ativamente de palestras e mostras relacionadas ao esposto, durante a permanência da aula III, no estúdio de televisão. Foi realizado palestra e mostra dos seguintes elementos:

  • Os Planos de gravação;
  • Enquadramento;
  • Eixo de Ação dramática;
  • Efeitos provocados pelo pulo do Eixo de câmera;
  • Efeitos provocados por planos de grande impacto visual;
  • Os Movimentos de Câmera;
  • Os Movimentos da objetiva;
  • As lentes compreendidas na Objetiva: Normal, Grande angular e Tele;
  • Temperatura de Cor;
  • Fontes luminosas: (Day Light 5.600ºK - Tungstênio 3.200ºK)
  • Luz de três pontos: (Key Light -Fill Light - Bak Light)
  • Profundidade de Campo
  • Ajuste de Câmera através do W.B. (Bater o branco)
  • Filtro ND: nº1 - 3.200K, e Filtro ND, nº 2, 3 e 4 - 5.600K.
  • Filtros corretivos: Azul (transforma Tungstênio de 3.200K p/ 5.600K) e Ambar (Transforma Day Light 5.600K p/ Tngstênio 3.200K)

ATENÇÃO!

ALUNOS DOS CAMPUS: TOM JOBIM e NITERÓI

Na próxima aula, campus Niterói, segunda-feir(24/0ot7/6) e T, ,m Jobim sábado (29/07/06), vocês estarão participando das seguintes atividades em sala de aula:

I - VÍDEO:

Será mostrado alguns depoimentos importantes de profissionais de cinema, como: BID LUTFI (Diretor de Fotografia); ARTURO URANGA (Diretor Cinematográfico); TAMARA TAXMAN (Atriz); PAQUETÁ (Cenotécnico) e WALTER LIMA JR (Diretor Cinematográfico).

Abordagem:

a) Bid Lutfi: Fala sobre o Filme "Como era gostoso meu Francês" (Direção de Nelson Pereira dos Santos), destacando sobre a construção da aldeia dos índios e suas dificuldades na construção de cenário, iluminação e fotografia;

b) Arturo Uranga: Fala sobre maquinária, ensaio de movimentos, grua, etc., e efeitos de iluminação improvisado;

c) Tamara Taxma: Pequeno relato sobre as dificuldades nos filmes de época, destacando: comportamento, figurino e cenário;

d) Paquetá: Fala dos produtores corruptos que não repassam o desconto do salário ao INSS. "Na hora de se aposentar... Não tinha nada"! diz.

e) Walter Lima Jr.: Fala sobre os problemas de cenografia e os trabalhos do cenotécnico e do maquinista.

II - VÍDEO: MAKING OFF - "ARTE NA MODA" (Direção: Moysés Faria) 2002

Objetivo principal: Retratar questões estética e narrativas do universo clássico e não classico. Compreender o enredo proporcionado pelos cortes e movimentos de Câmera e Objetiva.

III - DVD: MAKING OFF - "BELÍSSIMA" (Direção Denise Sarasseni) 2005/2006

Objetivo principal: Mostrar os bastidores da novela Belíssima, valorizando os trabalhos dos câmeras, Op. Áudio, Diretores, Continuistas, etc., como forma espetacular de atuação profissional com espírito de equipe.

IV - DVD:

Assunto: Mostra de Unidade Móvel (UM) e seus respectivos equipamentos utilizados pelo diretor de imagem e op. de áudio. Maquinárias utilizadas em set de gravação e filmagens de Cinema e televisão, tais como: cenas de novelas, comerciais, documentários, musicais e clips. Tais como: Doly, Piuí, Câmera Car, Falcon, Ligeirinho, entre outros.

Objetivo: Levar ao conhecimento do aluno, as principais maquinárias e demais equipamentos indispensáveis as gravações de eventos esportivos e cenas de programas, dramaturgias, musicais, clips e filmes.

V - TRABALHANDO EM EQUIPE (TRABALHO DE GRUPO)

Proposta: Leitura do argumento do filme: "PREMONIÇÃO". Decupagem técnica com divisões de cenas e planos de gravação e Defesa do trabalho, com destaque no desenvolvimento narrativo.

Final da Aula III

Prof. Moysés Faria

em: 23/07/2006